terça-feira, janeiro 30, 2007

FLAG



Field-tested Learning Assessment Guide (FLAG): descobri agora, ao procurar relembrar o que era um "minute paper".

Um esforço de inovação, em cima da hora, vale de alguma coisa? Fará mais mal do que bem?

O não ter tempo de fazer tudo o que seria necessário desculpa que não se faça nada?

E preterir a preparação de aulas em função de trabalhos de gestão universitária, compensa?

E as noites sem dormir?

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Aprendizagens significativas



Segundo Dee Fink, uma boa disciplina é aquela que
  • desafia os estudantes para aprendizagens significativas
  • usa formas activas de aprendizagem
  • tem professores que se preocupam- com o tema, com os alunos, e com o ensino e a aprendizagem
  • tem professores que interagem bem com os estudantes
  • tem um bom sistema de retroacção, avaliação e classificação
Antes que perguntem o que Dee Fink pensa que é uma aprendizagem significativa aqui fica: é aquela que mobiliza vários dos tipos de aprendizagem da seguinte taxonomia:
    1. Conhecimento fundamental (compreender e lembrar informação e ideias)- providencia a compreensão básica necessária para os restantes tipos de aprendizagem.
    2. Aplicação (capacidades, pensamento crítico, criativo e prático, gestão de projectos)- permite que os restantes tipos de aprendizagens se tornem úteis.
    3. Integração (ligando ideias, pessoas e campos da vida)- o acto de fazer novas ligações dá aos estudantes um maior poder intelectual.
    4. Dimensão humana (aprender acerca de si próprio e dos outros)- informa os estudantes sobre o significado humano do que aprenderam.
    5. "Caring" (desenvolver novos sentimentos, interesses e valores)- quando os estudantes se preocupam com uma coisa, têm a energia de que precisam para aprender mais acerca desse assunto e fazê-lo parte das suas vidas.
    6. Aprendendo a aprender (tornar-se um melhor estudante, auto-dirigido)- permite que os estudantes continuem a aprender no futuro, e a fazê-lo mais efectivamente.

Vou este ano procurar estruturar o meu ensino em torno desta taxonomia. Para isso, fica aqui a ligação para o Program for Instructional Innovation, da Univ. Oklahoma, onde Dee Fink e os colegas depositaram material precioso.

domingo, janeiro 21, 2007

A incerteza, que bem que sabe escondê-la...

Um dos principais problemas do ESQT (ensino-superior-que-temos), com o ênfase em organizar o conhecimento para os alunos e em debitá-lo em pedacinhos prontos a engolir, é a transmissão da ideia de que está tudo sabido, tudo controlado, tudo esclarecido. Sai-se da universidade convencido de que se sabe tudo, e aparentemente prontos para enfrentar o mundo. Por isso o primeiro embate com a realidade pode ser feio, seja em que área for. Na área científica é particularmente grave, porque formámos gerações inteiras de gente que acha que ciência é seguir os protocolos, ou fazer a mesma coisa que os outros fizeram mas noutro sítio, ou usando uma concentração diferente, ou uma máquina diferente.


Toda a gente assume que os cientistas sabem tudo, que aquilo que um especialista diz é que está correcto. Especialistas são chamados a tribunal, a dar entrevistas, a aconselhar governos. E lá vão eles, cavalgando nas suas certezas. Mas a luz da ciência pode ofuscar-nos, fazendo-nos esquecer o abismo da nossa ignorância.
O importante artigo Three words we should like to hear: 'I don't know' de Jack Stilgoe, investigador do think-tank Demos, relembrou-me a necessidade de ter a humildade de Newton:
"I do not know what I may appear to the world; but to myself I seem to have been only like a boy playing on the seashore, and diverting myself in now and then finding a smoother pebble or a prettier shell than ordinary, whilst the great ocean of truth lay all undiscovered before me." (Fonte)

Aumentar a consciência colectiva sobre a nossa ignorância tornaria certamente as pessoas mais cautelosas, facilitaria a aplicação do princípio da precaução, far-nos-ia mais humanos e produziria melhores cientistas.


Imagem: Jane McElvany Coonce, "Boy with the bucket", pastel.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

O que se passa quando aprendemos?


Avizinha-se o início do semestre e começam as angústias de materializar toda a pedagogia lida e reflectida.


Já não há tempo para ler tudo (sim, pode ler-se online), mas fica o registo- How People Learn: Brain, Mind, Experience, and School, de Bransford et al. (1999, National Research Council). E, já agora, Knowing What Students Know: The Science and Design of Educational Assessment, de Pellegrino et al. (2001, Center for Education, National Research Council).