Apesar de dirigido a um público juvenil (corrigo: por ser dirigido a um público juvenil) é um livro cuja leitura recomendo vivamente a qualquer estudante do ensino superior, e particularmente aos das áreas científicas. Com ilustrações interessantes, um texto simples e bem enquadrado apresenta os princípios essenciais do pensamento científico.
Transcrevo o essencial:
Ciência é a via pela qual aprendemos as coisas que dizem respeito ao mundo. Nem toda a gente pode ser cientista. Mas toda a gente pode utilizar a ciência. Para se ser um bom cientista é necessário seguir-se muito atentamente determinadas regras.Os outros podem dizer-te o que tu deves pensar, e deves ouvi-los porque podem ter razão. Mas também podem estar enganados. Tens de decidir, por ti próprio, o que é verdadeiro e o que é falso.
- A primeira regra da ciência é: VERIFICAR. Não acredites de imediato naquilo que ouves e lês. Se uma coisa é verdade, terás de ser capaz de o verificar por ti próprio.
- Uma outra regra é: TORNAR A FAZER. Se verificares uma coisa uma vez, tens de ser capaz de o fazer de novo. Se não conseguires repetir o teste, então não há maneira de teres a certeza de que essa coisa é verdadeira ou falsa.
- Terceira regra: TENTAR PROVAR QUE É ERRADO. Se tentares provar que uma coisa é falsa e não conseguires, então provavelmente ela é verdadeira. Se não conseguires imaginar maneira de provar que uma coisa é falsa, então não haverá maneira de saber se ela é verdadeira. [O princípio da falseabilidade, de Karl Popper]
- Outra boa regra é: ESCOLHER O QUE É SIMPLES. Por vezes há mais do que uma maneira de tentar explicar uma coisa. Se uma delas é complicada e a outra simples, normalmente os cientistas optam pela maneira simples. [A navalha de Occam]
- Uma regra muito importante é: TEM QUE FAZER SENTIDO. Se uma coisa é verdadeira, então não pode dar azo a confusões. Tem que ser lógica.
- Uma regra da ciência que nunca se deve violar é: SER HONESTO. Toda a gente se engana, e os bons cientistas admitem logo os seus enganos. Quem não é honesto pode nunca saber onde está a verdade. Não quer saber se uma coisa é falsa. Não está disposto a alterar as suas opiniões.