domingo, outubro 15, 2006

Doutoramento: para quê?

Ainda ontem discutia planos de doutoramento de um ex-aluno meu, e hoje vejo este post de LN, que remete para este artigo de LMP.

Repesco duas linhas, que coincidem com preocupações que tenho.

A primeira é a do tipo de formação que estamos a conferir aos doutorados. Um ênfase (que temo geral) numa abordagem reducionista leva à formação de ignorantes especializados; pessoas que, como dizia um primo meu, sabem quase tudo acerca de quase nada e quase nada acerca do resto. Também no doutoramento se deveriam colocar preocupações de transferibilidade de competências, começando desde logo pelas que LN enuncia: "respeito pela ética, responsabilidade científica e uma perspectiva de intervenção estratégica".

A segunda liga com esta: o que fazer no pós-doutoramento? Chegámos a um ponto em que o próprio pós-doutoramento foi institucionalizado: existem doutores que braqueiam de pós-doc em pós-doc, sem perspectivas de pisar terra firme. Deviam as empresas contratar doutorados? Concerteza. Mas todos os intervenientes no processo (estudantes, orientadores, universidades) deviam pensar nisso antes de submeter o plano de doutoramento a conselho científico.

O aconselhamento de carreira é cada vez mais importante, dada a passividade com que se aceita que os "empregos" foram substituídos pelas "carreiras".

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