Não gosto particularmente do The Economist, mas descobri que no seu número de 8 de Setembro saiu um dossier sobre a educação superior que vale a pena ler. A introdução ao dossier tem o sugestivo título "How Europe fails its young". Achei instrutivo ler uma visão desapaixonada e crítica do ensino superior europeu, e dar por mim a concordar com muita coisa. Até o mantra do Economist, "desregulação e competição", que costumam aplicar de uma forma muito selectiva às economias dos outros, me parece neste contexto fazer sentido.
Um dos principais entraves ao salto qualitativo que as universidades precisam de dar passa pela pesada intervenção estatal. Numa célebre reunião de que já falei dizia-se que os problemas financeiros eram graves, mas que não iriam afectar o pessoal de carreira. Já quanto aos convidados, leitores, e outros contratados... Houve murmúrios de compreensão (e de alívio!) na sala, mas eu fiquei a pensar que não se falou de qualidade. Eu, que sou de carreira, estou assegurado. O outro, que é convidado, vai para a rua. Mas, e se ele for mais competente do que eu? E se a universidade precisar mais dele do que de mim?
Não é certamente continuando a manter os professores universitários como funcionários públicos que cumpriremos a Estratégia de Lisboa.
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