Temos estudantes apáticos, temos estudantes agressivos. Temos uma grande massa de estudantes que não conhecemos na rua, anos depois. Temos estudantes que plagiam inocentemente, argumentando que "assim fica mais bonito..." E de vez em quando temos estudantes fulgurantes, que nos dão a ler Jeremy Narby (v. aqui mas também aqui), realizam video clips, ouvem Brassens e Lila Downs, gostam de fotografia, criam blogues.
E fico a pensar... Podíamos tornar interventivos os apáticos? Civilizar os agressivos? Personalizar a massa? Fazemos alguma diferença? E se não, porque não?
[Esta técnica de se esconder atrás do plural resulta, mas torna-se demasiado óbvia se não for usada com moderação]
quarta-feira, junho 21, 2006
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4 comentários:
Quanto à técnica do chamado "plural majestático".... concordo contigo... usar q.b. apenas :-)
Quanto à pergunta que deixas no ar, faço-a muitas vezes a mim mesmo, embora eu leccione a outro nível.... sinto que, como nestas coisas do ensino, nós somos apenas uma variante de uma educação complexa... não podemos ganhá-los a todos mas.... devemos ter a consciência de que o que fazemos pode ser determinante para toda uma vida e que os frutos das sementes que deixamos nem sempre são visíveis no imediato.
E agora vou espreitar os links que deixaste.
Beijinho continental.
Tenho essa consciência da importância do que fazemos. Várias vezes me apercebi de como pequenos gestos ficaram marcados nos alunos.
A minha luta, neste momento, é sair do buraco da impessoalidade para encarar os alunos como pessoas. Soa horrível dito assim, eu sei. Mas o modelo que seguia (e pode ser que seja só eu...) de entrar na sala, "dar a matéria" de um modo mais ou menos civilizado e sair já não serve. Nem nunca serviu.
De modos que este ano tirei fotografias aos alunos e imprimi uma ficha da turma com as caras de todos, para anotar as presenças e observações da participação na aula. E fiquei a saber os nomes de todos! Para mim já é uma grande coisa.
Já tenho planos para o ano: ficar a conhecer um bocadinho da história pessoal de cada um :-)
É pouco, eu sei. Mas espero que conte o esforço, e a motivação: a consciência de que ensinar é mexer com as vidas das pessoas.
Beijos de bruma
A propósito do que disseste no Blogica_mente.... tenho sérias dúvidas que as "coisinhas" feitas por alguém que reflecte sobre os assuntos que tu abordas, sejam insignificantes.
Aliás.... tenho a certeza de que NÃO são!
bj
POST SCRIPTUM:
amei o poema
"O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança."
lindo!
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