quinta-feira, junho 15, 2006

Resultados da aprendizagem

Apesar de alguma confusão na terminologia e na própria definição dos conceitos, há um acordo geral entre as pessoas que se preocupam com o futuro do ensino superior no sentido da necessidade de estruturar o ensino em torno da aquisição de competências pelos estudantes. Colocando o ênfase no estudante, torna-se necessário avaliar, medir de alguma forma, o respectivo grau de domínio do perfil de competências inicialmente definido.

Chega-se assim à necessidade de estabelecer listas de resultados de aprendizagem (learning outcomes) a vários níveis, que não são mais que balizas ao longo do percurso, permitindo tornar visível a todos os intervenientes no processo educativo o grau de domínio das competências que se pretendem desenvolver.

Os passos para o desenvolvimento destes indicadores de aprendizagem estão bem estabelecidos:
  1. Começar por reuniões de docentes e de alunos em que são desenvolvidas idéias sobre o que o licenciado ideal deve saber, compreender e saber fazer. Consultar corpos profissionais, ver exemplos noutras universidades.
  2. Concordar numa lista de resultados de aprendizagem (r.a.) que demonstrem a obtenção dessas competências, sabendo que esta lista mudará com o tempo em função da experiência adquirida e do contexto externo e interno à instituição.
  3. Distribuir os r.a. de aprendizagem pelas unidades curriculares do curso.
  4. Delinear as estratégias de ensino/aprendizagem em função dos r.a., e medir a aprendizagem dos estudantes através de tarefas especificamente desenhadas para avaliar o grau de desempenho em cada um dos r.a. estabelecidos.
  5. Recolher opiniões de estudantes e docentes sobre os r.a. em si e sobre o ajustamento das estratégias de ensino/aprendizagem a esses r.a.
  6. Rever os r.a. e as estratégias de ensino/aprendizagem e de avaliação regularmente, com o objectivo de melhorar permanentemente a relevância e a efectividade da aprendizagem.
As universidades americanas têm muito a ensinar-nos neste contexto, como o comentário de Luis Aguiar-Conraria e o conjunto de documentos disponibilizado pela Kansas State University tornam absolutamente claro.

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